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Vamos contar um pouco da Nossa História com a agricultura...
...De cima para baixo, da esquerda para a direita
Nossa história com a agricultura no Brasil começa quando meu Tataravô Emílio Scolari veio com sua família da Itália no navio Vapor Indiana em 04 de março de 1914. Ele trouxe a família: Esposa, 5 filhos, Irmão e Mãe juntos no navio, 9 pessoas. Ele tinha 34 anos.
Um de seus filhos, que muito tempo mais tarde acabaria se tornando meu bisavô era Umberto Scolari, que veio junto no navio com apenas 7 anos.
Naquela época se iniciava a primeira guerra mundial e não sabemos ao certo, mas o motivo de mudar de país atravessando o oceano com o desafio de encontrar um novo lar e aprender uma nova língua, deve ter sido esse, nessa época quase 2 milhões de imigrantes italianos vieram para o Brasil.
Então nossa história no Brasil se inicia com a esperança de dias melhores.
Ele chegou aqui pelo Porto de Santos, depois, seguindo seus passos vimos que ele passou pela cidade de Sousas, Montalvão, Ibiporã e acabou se estabelecendo em Arapongas, onde iniciou o trabalho de compra e exportação de café com a Máquinas Santa Rosa na década de 40.
Então, alguns anos mais tarde ele adquiriu terra e pode iniciar o plantio do seu próprio café, esse início se deu em 1953 (foto 01).
Nessa época os cultivares de café eram outros, os pés eram muito maiores e as distâncias entre as linhas de plantio também. Não existiam máquinas então toda a colheita era manual, foi a época do "Ouro Verde" onde 70 por cento das pessoas moravam no campo e as fazendas de café eram verdadeiras cidades com centenas de pessoas morando nelas. Podemos ver o tamanho do cafezal em relação ao Jeep (foto 02).
As cidades expandiram, o progresso chegou e o desmatamento naquela época estava as alturas, porque tudo era floresta, como ouvimos de nossos avós. Com isso abrimos caminho, sem saber, para a Geada Negra de 1975, que dizimou a produção de café no Paraná, forçando os agricultores a mudar de atividade e levando o café para Minas Gerais, fugindo do frio. A fazenda virou pecuária, podemos ver ao fundo a antiga tulha de café e o terreiro tomado pelo gado (foto 03). Então durante essa gestão o meu bisavó foi aos poucos parando e passou os cuidados para o meu Avô Sérgio Scolari.
Alguns anos mais tarde na década de 80 eu comecei a acompanhar o meu pai nas atividades da fazenda. Eu lembro muito bem da vasilha de leite que todos os dias chegava quentinho em casa, recém tirado da vaca. Eu estava sempre junto com ele e adorava a lida com os bois em cima do cavalo (foto 04).
O gado persistiu até a década de 90, quando então a fazenda passa a ser cuidada pelo meu pai Carlos Scolari e meus tios. Nessa época foi o início da lavoura de grãos na fazenda, dá para ver meu pai ao lado dos pés de milho (foto 05). Eu sempre participei de tudo, nessa época eu era adolescente e sempre que podia estava com meu pai na colheitadeira vendo tudo de perto (foto 06).
Muito tempo passou...mas eu nunca me imaginava na fazenda, não da forma como era. Eu acabei estudando Biologia Marinha e depois fiz Mestrado em Ciências Biológias no Laboratorio de Biodiversidade e Restauração de Ecossistemas o LABRE. E eu sabia que se um dia fosse cuidar da fazenda, tentaria de uma forma diferente sem o uso de produtos químicos e fazendo algo que recuperasse o ambiente. Foi então em 2014 (exatos 100 anos depois que meu bisavó chegou ao Brasil) que iniciei uma área de produção orgânica na fazenda (foto 07).
Durante um bom tempo o Dú sempre esteve me acompanhando nessa vida da fazenda. Ele tinha o trabalho dele como Designer mas estava sempre me ajudando nos trabalhos daqui. E a gente acabou unindo as forças em 2016 quando iniciamos a implantação da agrofloresta! Foi então que começamos a ficar realmente animados com a possibilidade de cuidar da fazenda, recuperar o ambiente e produzir alimentos de qualidade. Trabalhamos alguns anos com produção de legumes e verduras para feiras, sacolão e entregas de cestas. Mas foi em 2018 que iniciamos a produção de café, retornando as origens. Mas agora, de um jeito diferente, plantando árvores junto com o café, criando esse ambiente que o café é nativo a floresta (foto 08).
Hoje nós não só plantamos, mas ensinamos outros agricultores a plantar dessa forma através dos cursos.
Nossos filhos agora também nos acompanham, estão sempre com a gente, plantando, colhendo, subindo nas árvores. Com isso nós começamos a trabalhar com as escolas, trazendo turmas aqui e implantando horta nas escolas. Estamos também fazendo palestras, levando um pouco do que estamos vivendo aqui para os lugares onde vamos.
Atualmente nosso trabalho é criar sistemas regenerativos com desenhos de larga escala, onde podemos ensinar agricultores maiores e avançar com a produção sustentável e recuperação de áreas de cultivo, onde na medida em que você planta e colhe a área fica cada vez melhor!
Já realizamos mais de 20 cursos presenciais aqui na Terra Planta por onde passaram mais de 800 alunos. Hoje são muitos os produtores que adotaram esse sistema de cultivo e esse número cresce a cada dia.
Sempre temos um curso a disposição para você que quer aprender agrofloresta e agricultura regenerativa e iniciar seu plantio sustentável.
Seja bem vindo a Fazenda Santa Rosa, onde hoje vive a Terra Planta - Sistemas Agroflorestais.